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Saiba o que pode estar por trás do nascimento de ‘bebês gigantes’

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Caso de menino que nasceu com 6,2 kg e 55 cm, no começo deste mês, no Rio de Janeiro

O nascimento por parto normal de um menino com 6,2 kg e 55 cm, no começo deste mês, no Rio de Janeiro, chamou a atenção até mesmo dos funcionários da maternidade.

Ao saber do caso, muitas pessoas se perguntam: o que acontece para que um bebê chegue a esse tamanho ainda na barriga da mãe?

O ginecologista José Carlos Peraçoli, membro da Comissão Nacional Especializada em Assistência Pré-Natal da Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia), afirma que casos assim são raros e que “as causas mais comuns estão ligadas à gestação”.

“Uma mãe que já tem cinco ou seis filhos, a tendência é que eles nasçam cada vez maiores. Mães obesas podem ter filhos com peso maior, porque elas já têm um distúrbio metabólico. Quando a gestação passa das 40 semanas, os nenês ganham peso de uma forma acelerada.”

Entretanto, o diabetes gestacional, que ocorre exclusivamente durante a gravidez, responde por boa parte dos casos de bebês grandes, acima dos 4 kg (em média, recém-nascidos pesam 3,5 kg), segundo Peraçoli.

É possível, observa o médico, que a mulher desenvolva esse tipo de diabetes e, caso não seja acompanhado de maneira correta, pode passar despercebido e reaparecer na próxima gestação.

“A mãe diabética tem um problema de deficiência de produção da insulina, que consome o açúcar em excesso do sangue. Se a mãe tem uma deficiência e vai tendo uma produção maior de açúcar no sangue que não é controlada, esse açúcar passa direto para o nenê. É como se ele tivesse uma dieta sobrecarregada.”

A mãe ser diabética não significa que o bebê já nascerá com o problema. “Mas ele traz a herança genética, tem que ser acompanhado de perto desde criança”, afirma Peraçoli.

No caso do Rio de Janeiro, especificamente, a mãe contou à Record TV não ter tido diabetes gestacional. Os médicos também constataram que a criança nasceu sem qualquer problema.

Em bebês sem uma causa evidente que justifique o tamanho maior ao nascer, o ginecologista explica que é preciso investigar causas individuais de cada bebê, como genética ou um eventual distúrbio metabólico de base.

Obviamente, o tamanho dos pais também precisa ser considerado. “Tem que pensar na constituição dos pais, porque há, claro, chances de ter um feto grande.

“Nada em medicina é impossível”, diz o ginecologista sobre o parto normal do bebê de 6,2 kg. Porém, ele frisa que acima de 4,5 kg, “já se considera a indicação de cesárea”.

“Há muito risco de, na hora do nascimento, da criança ter o que a gente chama de distócia de ombro [quando o resto do corpo do bebê não sai após a passagem da cabeça]. Se não tiver conhecimento e habilidade para trabalhar com essa situação, pode levar a problemas para o nenê, como sequelas e até morte”, alerta o médico.

O ginecologista também relata a importância do pré-natal justamente para não deixar o parto chegar nas 40 semanas se o bebê já estiver com peso considerado acima da média.

“Mesmo uma cesárea não é tranquila. Imagine ter que tirar um nenê de 6 kg. O corte no útero é maior.”

Fonte: R7


DRT: 1908 /RO

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