Agronegócio
Mulheres no Agro em Rondônia: sensibilidade e inclusão na Amazônia
Diversas mulheres tem o agro permeando sua vida desde o princípio. É o caso da jornalista Renata Silva, que é uma mulher do agro e que tem feito um belo trabalho na cafeicultura de Rondônia.
História de vida
Filha de produtores rurais pioneiros de Rondônia, o mundo Agro sempre fez parte da vida da jornalista Renata Silva, que há oito anos trabalha na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa.
Nascida em São José dos Campos, São Paulo, ela chegou a Alta Floresta D’Oeste, Rondônia, aos dois anos de idade, em 1985. O amor à terra ela herdou dos pais, Antônio e Henriqueta, que nasceram no campo e foram para o estado em busca de oportunidades para criarem o casal de filhos e para ter um pedaço de chão. Conquistaram, com muito trabalho e persistência, os sonhos que almejaram.
Renata estudou comunicação na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, reconhecida como centro de excelência em Ciências Agrárias. Já trabalhou como repórter, apresentadora e editora na TV, assessora de comunicação, gestora de marketing e foi diretora de uma agência de comunicação, permeando sempre trabalhos voltados ao campo.
Retornou à Rondônia em 2009 e, ao ingressar na Embrapa, em 2011, a jornalista abraçou o mundo Agro de vez! Nestes oito anos de atuação na empresa ela tem sido porta voz das riquezas e oportunidades do Agro no estado, levando para o Brasil e o mundo os potenciais que Rondônia tem no campo e as tecnologias que estão disponíveis aos produtores.
Atuação profissional
A atuação mais expressiva de Renata no Agro tem sido por meio do trabalho realizado na cafeicultura de Rondônia, que nos últimos anos tem passado por uma evolução em produção, produtividade e qualidade. Enquanto comunicadora, Renata fez parte da criação da identidade dos Robustas Amazônicos, que é utilizada para denominar os cafés produzidos em Rondônia.
Desde 2014, ela faz parte do grupo que realiza ações de promoção e valorização dos Robustas Amazônicos, com a execução de ações e eventos de grande porte, estaduais e nacionais. Assim como atua na articulação e recepção em Rondônia de especialistas atores da cadeia produtiva do café do Brasil e do mundo. Também é editora executiva da revista anual Cafés de Rondônia, produzida pela Embrapa e que já está em sua quarta edição, sendo considerada o portfólio da cafeicultura na Amazônia.
A proposta de Indicação Geográfica (IG) Matas de Rondônia para Robustas Amazônicos também conta com o apoio da jornalista. Trata-se de uma oportunidade do reconhecimento da existência de uma região específica, como produtora de cafés “Robustas Amazônicos” de qualidade especial e características únicas. Esta ação pode consolidar um processo de evolução de uma cafeicultura de base familiar que está se tornando, a cada dia, mais tecnológica e sustentável, sem perder as características sociais, que são a essência da agricultura na Amazônia.
A voz e a vez das mulheres do agro e indígenas na cafeicultura em Rondônia
Sobre ser mulher em um universo Agro, ainda muito masculino, Renata diz que percebe certa dose de preconceito. “Vistas ainda muito nos bastidores, as mulheres têm conhecimento e capacidade para assumir o protagonismo das ações. Não falo de segregação, mas sim da união de esforços, da valorização e do reconhecimento da atuação das mulheres no Agro ou em qualquer outro setor”, diz Renata. Por esta razão, ela levou para Rondônia, em 2017, o movimento das Mulheres do Café. Ela foi chamada pela Aliança Internacional das Mulheres do Café – IWCA Brasil, para falar da atuação feminina na cafeicultura do estado. Ação que ficou registrada em um capítulo do livro “Mulheres dos Cafés no Brasil”, publicado em português e inglês, nas versões impressa e digital, pela IWCA, Embrapa e parceiros. Nesta obra, estão registradas histórias de mulheres do agro que fazem a diferença em diversos setores do café do estado e do Brasil.
Este foi o ponta pé inicial para a mobilização destas mulheres que, em 2018 reuniram-se, em um primeiro grande encontro com outras especialistas mundiais em café, para troca de experiências e fortalecimento da causa. Mobilização, visibilidade e resultados. Unidas, as mulheres do café de Rondônia já colhem resultados que são fruto de seu trabalho e estão servindo de exemplo para a cafeicultura do estado, com a adoção de novas tecnologias aliadas ao capricho e dedicação que lhe são peculiares.
Outro trabalho que conta com a participação ativa desta jornalista do Agro são os Robustas Amazônicos com qualidade produzido por indígenas de Rondônia. Projeto que começou com a Embrapa Rondônia e a Secretaria Municipal de Agricultura de Alta Floresta D’Oeste em 2017 e que hoje, junto a outros tantos parceiros, é reconhecido pelo mundo do café pelo protagonismo que é dado aos indígenas, pela produção realizada de forma sustentável e pela qualidade da bebida genuína que é produzida. Ela tem sido uma voz sensível a dar visibilidade também aos povos indígenas que atuam com café.
Amor das mulheres pelo Agro
O amor pelo que faz e a visão sensível e diferenciada são marcas registradas do trabalho da Renata Silva, que tem como missão levar as notícias do campo e maneira de forma verdadeira e otimista. “Amo o que faço e poder fazer parte de ações que transformam a minha vida e ajudam a transformar a vida de outras pessoas é motivador e me fortalece a continuar enfrentando com muita garra os desafios que surgem a cada dia”, comenta.
Fonte: Agromulher
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