MERCADO DO CAFÉ: TENDÊNCIA PARA 2021 ARÁBICA E ROBUSTA OU CONILON
Qual a diferença entre o Café Arábica e ou Robusta? Café Robusta ou Arábica: você realmente sabe a diferença entre os dois?
O segredo entre a diferença dos cafés Coffea Canephora e Coffea Arabica falando tecnicamente, é mais simples do que parece: as plantas que os cultivam são, por fim, de diferentes espécies.
Coffea Canephora (Robusta ou Conilon)
Na espécie Canephora, existem duas variedades mais conhecidas: a Robusta e a Conillon. Essa espécie é originaria das planícies do Leste Africano, possui 22 cromossomos e se adapta muito bem em clima quente.
No Brasil as principais regiões produtoras são: Espírito Santo, Atlântico Baiano e Rondônia.
Costuma ser usado em blends (ou seja, misturas) com o café Arábica resultando em um café com amargor maior e com mais cafeína. Sua produtividade também é superior ao Arábica e mais fácil o manejo, em compensação seu valor costuma ser inferior ao Arábica.
Em grande parte o Café Robusta é feito com blends, torras mais escuras e já são comercializados moídos. Isso tende a diminuir ainda mais seu valor, já que nos impedem de conferir a procedência e qualidade de uma bebida de origem única. Outra grande diferença entre os dois é a quantidade de cafeína, o Conephora tem o dobro de cafeína que o Arábico, além de ter um aroma mais forte.
Outra grande diferença entre os dois é a quantidade de cafeína, o Conephora tem o dobro de cafeína que o Arábica, além de ter um aroma mais forte.
Coffea Arábica
Em contrapartida, para a espécie Arábica existem diversas variedades que são produzidas no Brasil. Exemplos: Mundo Novo, Catuaí, Catucai, Bourbon, Obatã, entre outras.
O café Arábica é originário nas regiões de altitude elevada da Etiópia, possui 44 cromossomos e se adapta em regiões de temperatura amena.
É a espécie de maior produção no Brasil (e no mundo), sendo produzido em Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Montanhas do Espírito Santo, Planalto Baiano, Região Serrana do Rio de Janeiro, Goiás e Ceará. Costuma ser consumido puro nos cafés de melhor qualidade ou em blends para os cafés tradicionais mais baratos. Historicamente o valor do café Arábica é superior ao do Canephora, já que recebe mais tratamentos em sua jornada de cultivo.
Para cafés especiais de alta qualidade utiliza-se sempre café Arábica, pois é esse que tem maior complexidade de aromas e sabores, no entanto, ainda é preciso entender sobre seu produtor e todo o processo de cultivo, pois apesar do café especial vir da espécie arábica, nem todo café arábica é, necessariamente, especial. Na dúvida: compre sempre em grão; dessa forma, você pode localizar quaisquer componentes presentes naquele café.
Observe na imagem abaixo a diferença visual entre essas duas espécies de café.
O café da esquerda é o Robusta (Canephora) e o café a direita é Arábica
Rondônia supera expectativa e colhe 2,3 milhões de sacas de café na safra 2020
17 de dezembro de 2020 | Governo do Estado de Rondônia
O café está entre as cinco maiores culturas do Estado, sendo o 5º maior produtor de café do país e o maior produtor da região Norte
O café de Rondônia tem avançado a cada ano em quantidade, qualidade e sustentabilidade. Mas em 2020, os cafés robustas amazônicos se destacaram fortemente, superando a quantidade de produção, qualidade e sustentabilidade, além de conquistar várias premiações nacionais e internacionais, conforme aponta os dados da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri). Atualmente, o café está entre as cinco maiores culturas do Estado, sendo o 5º maior produtor de café do país e o maior produtor da região Norte.
Na safra deste ano, Rondônia colheu em torno de 2,3 milhões de sacas de 60 kg de café, superando a expectativa dos produtores. Segundo a Seagri, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em Rondônia, para este ano, deve alcançar a R$ 16 bilhões, desse valor, o café representa 6,78%, dados registrados até novembro de 2020, com crescimento de 2,86% quando comparado ao mês anterior e que deve somar mais de R$ 1,7 bilhões. O Estado conta com mais de 25 mil famílias produtoras de café, distribuídas em vários municípios.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Seagri e especialista em café, Janderson Dalazen, Rondônia bateu recorde de produção de café, com destaque para quantidade e qualidade. “O resultado dessa safra foi muito positivo, superamos a expectativa. A área de café em produção baixou para 65.034 hectares em 2020, porém, a produção chegou a 2,3 milhões de sacas. Com o aumento da produtividade, mesmo com redução da área plantada, o Estado produziu 13% a mais de café em 2020, quando comparado com o ano 2000, quando a área era 2/3 maior, dado relevante no que tange a sustentabilidade da cafeicultura em Rondônia e no bioma amazônico”, disse.
Hoje, os cafés Robustas Amazônicos conquistaram o mercado internacional. Em junho deste ano, 640 sacas de Café Robusta Amazônico de alta qualidade e com sustentabilidade, produzidos por quatro cafeicultores da Cooperativa de Agricultores da Amazônia (Lacoop), foram exportados para a Coreia do Sul (Ásia). Outro destaque para a cafeicultura deste ano foi a concretização do Projeto Tribos, lançado em 2019, para incentivar a produção de cafés em térreas indígenas. Os cafés produzidos por indígenas no Estado agora são incentivados por uma grande empresa nacional.
Campeões do 5º Concafé com pontuação recorde de 90,42 pontos
A cafeicultura de Rondônia conquistou várias premiações em 2020. Em fevereiro deste ano, o cafeicultor Alex Marques de Lima, do município de Alto Alegre dos Parecis, ganhou o prêmio de primeiro lugar na categoria robusta/conilon na 16° edição do Concurso Nacional da Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic). Em outubro, o cafeicultor Elivelton Bonfante, de Nova Brasilândia do Oeste, cooperado da Cooperativa dos Agricultores Familiares da Amazônia (Lacoop), conquistou o segundo lugar no 6º Torneio do Melhor Café Fairtrade do Brasil 2020, Taza Dorada, na categoria Robusta “Microlotes”, avaliado com mais de 80 pontos.
O maior concurso de café robusta do Brasil, o Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia (Concafé) de 2020, foi recorde em premiações e as pontuações de qualidade dos melhores ranqueados foram superiores a 90 pontos. A cafeicultora Luciana Franklin venceu a quinta edição do Concafé, obtendo a pontuação recorde de 90,42 pontos, sendo um café delicado, completo, com aroma floral de jasmim, doce como mel de cana, com sabor de uva.
Ainda neste ano de 2020, os cafés de Rondônia também se destacaram nacionalmente obtendo o título de melhor café do ano na categoria canéfora fermentação induzida, no concurso “Coffee of The Year”, da Semana Internacional do Café. Ediana Capich, do Sítio Santo Antônio, em Novo Horizonte do Oeste, foi premiada em primeiro lugar.
Governo de Rondônia incentiva produção de café com doação de mudas de café clonal para produtores rurais
Para fortalecer ainda mais o setor, a Seagri tem desenvolvido, desde 2014, juntamente com parceiros e a Câmara Setorial do Café, várias ações para incentivar os cafeicultores a continuarem com a produção de café, entre elas, apoio para todos os municípios por meio da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO), distribuição de mais de cinco milhões de mudas clonais para pequenos agricultores familiares, distribuição de calcário para correção do solo entre outros.
Outra ação muito importante que está sendo realizada para a cafeicultura rondoniense é a busca pelo registro de Identificação Geográfica (IG). “A Identificação Geográfica está sendo trabalhada desde 2018 e encontra-se em fase final de registro. Rondônia será o primeiro estado a ter o IG de café robusta sustentável do mundo”, explicou Janderson.
“O café sempre foi uma força para a agricultura rondoniense e a Secretaria de Estado da Agricultura tem demonstrado e efetivado ações para garantir o desenvolvimento da produção no Estado, como distribuição de mudas clonais de café robusta, distribuição de calcário para correção do solo e o Concurso de Qualidade do Café (Concafé). Temos tudo para avançar ainda mais. Com o apoio do governador Marcos Rocha, vamos realizar muitas ações em prol da nossa cafeicultura”, ressaltou o secretário da Seagri, Evandro Padovani.
FONTE : SECOM
Quebra na safra do arábica pode ajudar produtores de café no Estado
Uma quebra da safra do café do tipo arábica no País pode favorecer o café do tipo conilon, produto que o Estado é o maior produtor nacional.
Grãos de café conilon, que tem apresentado melhora na qualidade e sido usado para blends com outras variedades.
A Associação dos Cafeicultores do Brasil (Sincal) enviou, na última sexta-feira, uma carta a autoridades como a ministra da Agricultura Tereza Cristina apontando uma quebra de cerca de 40% na safra de café arábica do País de 2021 em relação ao potencial produtivo para o período, citando uma seca histórica e altas temperaturas nas lavouras.
A safra de 2021, de acordo com a Sincal, já seria menor, pois o café arábica possui um ciclo bienal, já tendo boas colheitas em 2020. O clima, porém, seria um agravante, e a Sincal que considera a possibilidade de a produção de arábica não atingir nem mesmo 20 milhões de sacas. Em 2020, foram 47,38 milhões de sacas produzidas, número próximo do recorde de 2018, quando superou 61 milhões de sacas.
De acordo com o analista de mercado da M&M Cafés, Marcus Magalhães, a redução da safra do café arábica deve favorecer o conilon, que deve ser usado para cobrir as necessidades.
Para este ano, o café arábica teve uma safra boa, mas para 2021 o café do tipo conilon deve ter uma valorização, porque a safra do arábica será bem menor por conta do desgaste pelas faltas de chuva, que comprometeram a produção”.
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Faes), Júlio Rocha, destacou que o Conilon tem obtido espaços melhores no setor devido à melhora de sua qualidade, e que a tendência é de que ele seja mais utilizado no desenvolvimento do blend de café com a baixa safra do arábica.
Como tradicionalmente ele sempre foi mais barato que o arábica, ele já vem crescendo na composição do blend o café. Ele tem sido muito usado até para baratear o preço do café para a população, mas como sua qualidade tem crescido muito, o preço dele já está até nivelado com o arábica atualmente. A situação deve ficar ainda melhor para o conilon com essa baixa safra do arábica para 2021”.
O cenário do arábica preocupa a Sincal para o período pós 2021. De acordo com o órgão representante de produtores, se o clima não normalizar imediatamente, poderá também trazer prejuízos para as safras após 2021. Integrantes do mercado, contudo, avaliam que o quadro não é tão ruim quanto o pintado pela associação.
Previsão até de desabastecimento
A estiagem e o calor nas regiões de São Paulo e Minas Gerais, dois dos maiores produtores nacionais de café arábica, pode fazer os preços do café subirem no País.
Mesmo se chover nos próximos dias, como esperado, o estrago já está feito, porque não há como recuperar a produção. A Alta Mogiana, região formada por 11 cidades no Nordeste paulista e a Baixa Mogiana, região no Sul de Minas Gerais, acumulam perdas de quase 40% na safra do café arábica que será comercializada ano que vem.
O presidente do Sindicato Rural de Franca (SP), José Henrique Mendonça, diz que há risco até de faltar produto na prateleira. “Não dá para estimarmos hoje qual será o aumento, mas vai acontecer. Pode até acontecer de faltar produto na prateleira”.
Mendonça diz que os efeitos da seca podem ser duradouros, alcançando 2022, dado que, com as lavouras secas, as plantas do café morrem, afetando a safra colhida em 2021. “Aí os 40% de perdas podem se tornar maiores, colocando em risco toda a cadeia de produção”, disse.<
VALORIZAÇÃO
A Associação dos Cafeicultores do Brasil (Sincal) demonstrou preocupação com a situação do café arábica para 2021. O motivo é que, por conta da falta de chuvas, há a possibilidade de ocorrer uma quebra da safra de 2021 de 40% desse tipo de café.
A safra já seria menor que a de 2020, tendo em vista que trata-se de um produto de ciclo bienal, e em 2020 foram 47,38 milhões de sacas produzidas.
Café conilon em alta
Com a situação do arábica, abre-se a possibilidade de que o café conilon seja aproveitado para suprir as necessidades que o arábica deixar no mercado.
A tendência é de que o café conilon seja mais valorizado em 2021.
A situação favoreceria o Estado, que é considerado o maior produtor de café conilon no País.
FONTES : Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Faes) e Reuters.