Agronegócio
Falha na identificação do cio em fêmeas gera prejuízo a suino cultores e elevação de preço
Por Guilherme Moura, médico veterinário, doutor em ciência animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e gerente de serviços técnicos da Vetoquinol Saúde Animal
A detecção de cio é um dos manejos mais importantes do sistema de criação de suínos. Isso acontece porque a deficiência na estimulação sexual é um dos fatores que prejudicam sensivelmente a reprodução. E, com inseminação artificial problemática, a granja passa a ser menos produtiva e menos prolífica, gerando, consequentemente, menos leitões.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o país produziu 4,7 milhões de toneladas de carne suína, em 2021. Entretanto, as falhas na identificação do cio em porcas – principal causa do mau desempenho reprodutivo na “suinocultura tecnificada” – podem comprometer esse resultado, representar redução do rebanho e interferir no fornecimento de carne suína para o mercado, causando inevitável elevação dos preços aos consumidores e até comprometendo os volumes exportados.
Com a detecção eficaz do cio, o criador pode obter ganho importante de rentabilidade, evitando prejuízos de até R$ 2.800 por matriz vazia e de R$ 500 para cada cio não identificado. Se considerado o rebanho nacional – estimado em 2 milhões de matrizes suínas em idade reprodutiva pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) –, a falta de identificação correta do cio pode fazer com que o prejuízo individual cresça exponencialmente.
Os estímulos olfatórios proporcionados por feromônios (substâncias químicas secretadas por animais, responsáveis por enviar “mensagens” sexuais) são extremamente importantes no comportamento do cio das matrizes suínas. Entretanto, eles nem sempre são naturalmente eficazes. Nesse sentido, a boa notícia vem da ciência: quando há comprometimento desses estímulos, os análogos sintéticos garantem o máximo nível de estimulação da fêmea.
Um desses recursos, desenvolvido após diversas pesquisas, é o Boar Saliva Analogue (BSA) – que em português significa “saliva análoga do cachaço”. A tecnologia inovadora é composta pela combinação sintética de três moléculas de feromônios presentes na saliva do suíno: androstenona, androstenol e quinolina. A atuação sinérgica delas desencadeia o comportamento sexual máximo em fêmeas no cio, mimetizando o efeito do macho.
Estudos realizados a campo em granjas comerciais, comparando o desempenho do BSA presente em BoarBetter®, somado a áudios de grunhidos de um macho sexualmente maduro indicam que a tecnologia ajuda a detectar 9 a cada 10 fêmeas no cio sem o auxílio do cachaço sexualmente maduro. Essa inovação revela excelente perspectiva para não haver falhas na detecção do cio, evitando prejuízos na produtividade e em receita.
Boar Saliva Analogue é particularmente importante em sistemas de produção de suínos com regras de biossegurança, que impedem o contato entre os animais – como em quarentenas e na identificação de cio em fêmeas na maternidade. A chegada dessa inovação ao mercado brasileiro, BoarBetter®, se prova uma solução eficaz não apenas em termos de aumento de produtividade e rentabilidade, mas também em relação ao bem-estar animal.
Por: Rafael Iglesias/Texto Comunicação
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