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Meio Ambiente

Plástico mata 1 em cada 10 animais marinhos no Brasil

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*** Local Caption *** Plastic barrel in the seabed. Global Seafloor Plastics Project Expedition. Magaluf, Mallorca, Balearic Islands, España. November 2019.
Bidón de plástico en el fondo marino. Expedición Proyecto Global Plásticos en el fondo marino. Magaluf, Mallorca, Islas Baleares, España. Noviembre 2019. Foto:Henrique Talledo

Entre as ameaças aos ecossistemas marinhos e à saúde de nossos oceanos, a poluição por plástico é uma das mais nefastas e preocupantes. A estimativa mundial é de que a cada minuto, um caminhão de lixo plástico seja jogado ao mar.

O Brasil polui o mar com 325 mil toneladas de lixo plástico por ano. O dado é do estudo “Um Oceano Livre de Plásticos”, publicado pela organização Oceana.

Uma vez nos oceanos, itens como sacolas, canudos, pratos, talheres e tampas seguem arrastados pelas correntes marinhas. No trajeto, todo esse lixo pode ser ingerido por mamíferos, aves, peixes e tartarugas. Também pode se enroscar nos corpos dos animais, tirando sua mobilidade e podendo levar à asfixia.

A gerente de campanhas da Oceana Brasil, a engenheira ambiental Lara Iwanicki, alerta: à medida que o plástico continua a inundar os oceanos, a lista de espécies marinhas afetadas aumenta.

Segundo o estudo da Oceana, mais de 800 espécies de mamíferos, aves marinhas, peixes e tartarugas são impactadas pelo emaranhamento de redes de pesca ou pela ingestão de plástico. O documento revela ainda que 90% de espécies de aves marinhas e tartarugas já consumiram plásticos e que 17% das espécies afetadas estão listadas como ameaçadas ou quase ameaçadas de extinção.

Essa macro poluição plástica ainda dá origem a um outro problema. Uma vez no mar, o plástico não se decompõe – ele se degrada em pedaços cada vez menores e dá origem aos microplásticos. Um inimigo nem sempre visível a olho nu, mas que tem sido detectado em organismos das mais variadas espécies marinhas.

No Brasil, levantamentos realizados em algumas localidades das regiões Sul e Sudeste apontam que um em cada 10 animais que apareceram mortos nas praias tiveram a ingestão de plástico como causa do óbito. Entre 2015 e 2019, de 29 mil análises em corpos de golfinhos, baleias, aves e répteis, 3,7 mil tinham algum tipo de detrito não natural no organismo.

Essas análises apontaram a presença de materiais como sacolas de embalagens, tampas de caneta e de garrafas PET, botões e buchas de parafuso, e outros materiais descritos como “plásticos e microplásticos”. Os cientistas também encontraram os polímeros sintéticos que derivam do plástico, a exemplo de fios de nylon, linhas e redes de pesca e esponjas de limpeza.

A maioria dos itens boia na superfície, o que ajuda a compreender o motivo de 83% das mortes associadas ao lixo marinho terem sido de tartarugas. Elas confundem o plástico com alimentos naturais e, por isso, formam o grupo mais afetado, como explica o pesquisador do Laboratório de Informática da Biodiversidade e Geoprocessamento da Universidade do Vale do Itajaí, André Barreto.

Diante desse cenário, o analista de campanhas da Oceana, Iran Magno, defende a revisão do atual modelo de produção do plástico descartável. Para Magno, o Brasil precisa seguir exemplos de países como o Canadá e a Índia, que estabeleceram medidas regulatórias para o material.

Desde setembro deste ano está em tramitação no Senado Federal o Projeto de Lei (PL) 2524/2022, que propõe limitar a produção, a importação, a distribuição, o uso e a comercialização de itens de plástico descartável em território nacional. Só poderão entrar no sistema produtos plásticos aptos ao reuso e à reciclagem.

Fonte: Brasil 61


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