Agronegócio
Rotação de cana com soja no interior de São Paulo neutraliza plantas daninhas
Equipe do Soja Brasil foi a lavoura de dez mil hectares para observar a prática. Pesquisador da Unesp dá dicas de controle da praga
O plantio da safra 2022/23 de soja no Brasil está em reta final. Assim, para evitar o comprometimento dos resultados da lavoura, o controle de plantas daninhas é fundamental. Em Paraguaçu Paulista, interior de São Paulo, por exemplo, a rotação da oleaginosa com a cana-de-açúcar tem trazido resultados positivos no manejo das pragas.
O presidente da Agroterenas, José Eugênio, conta que esse intercâmbio entre as culturas traz tranquilidade ao produtor. “Já viemos tratando as plantas daninhas na cana, com braquiária e outras plantas mais diversas, e as plantas que têm alelopatia com a soja, então temos muita facilidade no manejo tradicional. [Apenas] colocamos um ‘cheirinho’ de glifosato para dessecar o mix de plantas que se semeia antes”, explica.
Segundo ele, o trabalho com o sistema meiose, intercalando a cana com a soja, é feito há oito anos na propriedade e é o responsável pelo sucesso no controle de plantas daninhas.
Já o gerente de Produção de Grãos da empresa, Victor Hugo Delgado, explica que o sistema é feito em dez mil hectares e a adubação é executada com mais de 80% de concentrados biológicos na nutrição do solo. “Conseguimos ter uma produção e receita com a soja e entregar a área, o solo muito mais vivo, ativo e equilibrado para o plantio de cana”, conta.
Manejo de plantas daninhas
Para o pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, também no interior de São Paulo, Edivaldo Velini, é preciso muita atenção no manejo, já que as plantas daninhas são idênticas às cultivadas. “A soja ajuda muito o produtor porque é uma cultura bastante vigorosa. Então todas as práticas de controle se resumem, praticamente, ao primeiro terço do ciclo”, afirma.
Assim, de acordo com ele, a palha também exerce um papel fundamental no controle. Dessa forma, se assemelha ao herbicida, já que precisa estar disposta de forma uniforme, com a quantidade correta. “Em termos de herbicida, quando pensamos nas práticas de controle em si, o primeiro desafio é saber reconhecer a planta daninha que se tem no local. É fundamental saber a espécie e também se há problema de resistência que, neste caso, cabe ao produtor evitar os produtos aos quais a planta daninha já não vai mais sentir o efeito”.
A aplicação no momento correto é outra prática que o pesquisador lista. “Há muita preocupação com a tecnologia de aplicação. Uma aplicação mal feita pode levar a perdas de 10% a 15% de produto ativo para exercer o controle. É preciso fazer uma aplicação correta com adjuvante, volume correto e horário certo”.
Por último, Velini afirma que é imprescindível que o produtor avalie o controle e o resultado do que foi feito. Com isso, na safra seguinte, pode repetir a prática ou modificá-la. “Essencialmente, o controle de plantas daninhas para reduzir problemas com a resistência precisa ter diversidade de produtos. Além disso, também utilizar a capacidade de controle da cultura e da palha ao máximo”, recomenda, por fim.
Fonte: canalrural.com.br/
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