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Agronegócio

Brasil já tem mais de 57 mi de t de soja embarcadas em 2019 e ritmo segue aquecido

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O Brasil já tem 57,7 milhões de toneladas de soja embarcadas este ano, de acordo com os últimos números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O ritmo dos embarques brasileiros segue bastante aquecido e se intensificou ainda mais depois que a China voltou a comprar mais frequentemente nas últimas semanas. Somente na primeira quinzena de agosto foram quase 3 milhões de toneladas. 

Neste intervalo, dos primeiros quinze dias do mês, o volume é, de fato, menor do que no mesmo período de 2018. Entretanto, reflete somente um volume menor de soja que há para ser exportado pelo Brasil dada a safra 2018/19 menor do que a anterior, mas com a maior parte da demanda global concentrada aqui, especialmente por parte da China. 

“Neste ano, como temos menos para exportar o ritmo tende a ser de retração nos volumes, mas nestas últimas duas semanas houve negócios fortes e devem ser embarcados entre agosto, setembro e até outubro”, explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

Ao se contabilizar os números de todo o complexo soja, o Brasil já tem embarcadas 68,8 milhões de toneladas. São mais de 10 milhões de toneladas de farelo e mais de 814 mil toneladas de óleo de soja no acumulado de 2019. E com isso, ainda segundo Brandalizze, os brasileiros se confirmam mais uma vez como os maiores exportadores mundiais. 

“Nota-se que o ano esta fluindo e o Brasil já dispara na frente dos EUA nas exportações. No nosso acumulado já estamos com 14,4 milhões de toneladas acima dos EUA, sendo que o embarque americano fecha neste final de agosto e o Brasil tem até o final do ano. Desta forma, vamos seguir fortes e deveremos passar das 75 milhões de toneladas embarcadas do grão, e no complexo irmos para cima das 90 milhões de toneladas”, acredita o consultor.

Os números sobre as vendas externas de soja têm causado alguma divergência sobre seu resultado final, com os especialistas refazendo seus cálculos e buscando entender quanto o Brasil teria ainda disponível para exportar até o final do ano. O que se sabe até este momento, portanto, é que o número inicial de 68 milhões de toneladas a serem exportados em 2019 deve ficar pra trás e dar espaço para algo maior.  

DEMANDA X PRÊMIOS

A demanda intensa pela soja brasileira tem motivado uma boa recuperação dos prêmios no país. Do lado do comprador, os valores têm variado, nas principais posições de entrega, entre 105 e 115 centavos de dólar acima dos preços praticados na Bolsa de Chicago. Já do lado do produtor, ainda de acordo com informações apuradas pela Brandalizze Consulting, a pedida é entre 150 e 170 cents sobre a CBOT. 

Na última semana, tais movimentos foram também destaque na agência internacional Bloomberg, que, com o gráfico abaixo, mostrou a evolução de tais prêmios no Brasil desde meados de junho a meados de agosto. E a alta é visível e considerável. Afinal, como informou o Notícias Agrícolas, os chineses compraram mais de 20 naivos de soja brasileira somente na semana passada. 

Gráfico Bloomberg - Prêmios

Prêmios no Brasil de junho a julho – Fontes: Bloomberg e Ary Oleofar

E diante disso, de maio até agosto, o preço da soja em reais por saca no porto de Paranaguá registrou uma alta de 16%, como disse o diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo, em entrevista ao Notícias na última sexta-feira (16). 

ESTOQUES BRASILEIROS

Segundo fontes familiarizadas com o assunto e ouvidas pela Bloomberg, a China ainda teria a necessidade de mais compras grandes até o final do ano para estar abastecida adequadamente. O pico do consumo da oleaginosa no país, afinal, ainda está por vir. 

Assim, o que se observa é a redução dos estoques nacionais de soja, os quais, segundo a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) podem chegar a 2,6 milhões de toneladas somente. Em julho, essa projeção era de 5,6 milhões. 

Fonte: Noticiasagricolas


DRT: 1908 /RO

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