Agronegócio
Horta em casa: em tempos de pandemia, como cultivar para uma boa alimentação
Um dos benefícios de se plantar em casa é aumentar a gama de alimentos orgânicos consumidos.
Plantar em casa as mais diversas variedades de ervas para chás, temperos, legumes, verduras e frutas é uma boa alternativa para o bolso e para a saúde. Afinal, um pequeno espaço no quintal ou até mesmo no apartamento pode se transformar em uma hortinha e virar uma rotina que coloca alimento fresco à mesa. Em tempos de pandemia da Covid-19, esse cultivo caseiro além dos benefícios acima, também pode virar passatempo.
No caso de Rita Silva, de 53 anos, ter um espaço verde em qualquer canto alegra a casa e rende colheitas fartas. Com conhecimento passado de geração para geração, cultiva ervas para chás, temperos e até pé de figo no apartamento que mora em Uberlândia.
“Todo mundo pergunta por que eu tenho um pé de figo em casa. Pode não dar figo aqui no apartamento, sei que é complicado, mas é pelo prazer de ver sair do solo, do jeito que cresce. No apartamento, já plantei e colhi rabanete, cebolinha, cebola, alho, morango, batata doce, entre outros. Acho que uma casa sem planta fica sem graça, é como uma macarronada sem queijo”, contou a estudante de serviço sociais.
Luciano Caixeta durante atendimento a horta em Tupaciguara — Foto: Reprodução/Instagram
O professor e mestre do curso de Agronomia da Unipac, de Uberlândia, Luciano Caixeta, explicou que as hortas da região do Triângulo Mineiro são mais voltadas para temperos e ervas para chás. Cultivos que cabem em locais pequenos e crescem rápido.
“Na nossa região, as pessoas gostam muito de temperos caseiros, como salsinha, cebolinha, hortelã. São plantas que vão rápido. Mas também tem os tomatinhos cereja, que vão bem tanto em casa, quanto em pequenas hortas. Para chás, as pessoas gostam de hortelã, poejo, que cabem em uma sacada, em uma jardineira, e plantam em casa”, explicou o professor.
Benefícios
Um dos benefícios de se plantar em casa é aumentar a gama de alimentos orgânicos consumidos. A nutricionista de Uberlândia, Camilla Borges, reforçou esse discurso e vê motivação extra tanto para a pessoa que tem a iniciativa, quanto para a família na busca de novos hábitos na alimentação.
“Plantar em casa pode ser o início da mudança para as pessoas adotarem hábitos mais saudáveis na alimentação. Quem tiver criança em casa também é importante envolvê-la em todo o processo de construção da horta, do plantio, de colher o alimento, para que ela entenda de onde vem o alimento até chegar à nossa mesa. Isso permite que a gente desenvolva um novo hobby, uma atividade que faz bem para a saúde como um todo”, pontou a nutricionista.
Como plantar em casa
Além de um espaço, alguns itens são necessários para se cultivar uma horta em casa:
- um vaso ou jardineira
- pedriscos
- e terra vegetal.
O próximo passo é escolher entre sementes e mudas. A incidência de luz solar também faz diferença.
“Em lojas de preços populares conseguimos encontrar jardineiras e pedriscos. O pedrisco vai no fundo da jardineira para não acumular água. Depois do pedrisco entra a terra vegetal por cima, aí já pode plantar. É bom lembrar que a maioria das culturas precisa de sol, como as hortaliças. Elas não podem pegar sombra. Se moro em um apartamento que não pega sol, apenas luminosidade, essas plantas não podem ser plantadas”, explicou Luciano Caixeta.
Rita Silva tem duas varandas em casa e escolhe a com mais incidência de luz solar em cada época do ano — Foto: Lucas Papel/G1
A vantagem dessas hortinhas é que elas resistem às épocas do ano, desde que sejam criadas condições para tal. A umidade, por exemplo, é outro fator a ser considerado ao iniciar uma plantação.
“Não tem muita época (para plantar). O tomate, por exemplo, não gosta de muita umidade. Se eu tenho uma sacada ou uma horta pequena eu consigo controlar essa água no tomate. Esse período agora é muito propício para as folhas, como rúcula, hortelã, alface, brócolis, couve-flor, porque não tem muita umidade”, completou o professor.
Um pouco de conhecimento com profissionais, livros ou buscas na internet também ajuda, assim como a troca de experiências com quem já cultiva. Rita Silva tem esse costume, mas traz ensinamentos, principalmente, da avó e da mãe.
“Fui aprendendo com os antigos. Morei com minha avó na adolescência e lá tinha muita planta. O café nosso era colhido no quintal. Tinha pêssego, figo, pés enormes, e uma horta. Minha mãe também gostava, plantava jiló e tomate que dava para distribuir para a cidade inteira (risos)”.
Dicas sobre chás e temperos
Muitas das ervas utilizadas na produção de chás são usadas para diminuir a ansiedade e a tensão. A nutricionista Camilla Borges também destaca outras propriedades, que podem estar plantadas no quintal ou na varanda de casa.
“Os chás de camomila, maracujá, capim-limão, valeriana, podem nos auxiliar a reduzir o estresse, a ansiedade, uma vez que esses chás têm propriedades ansiolíticas, sedativas e calmantes e podem ser muito úteis principalmente nesse momento que estamos vivendo. Outros chás como o chá verde, preto e mate, podem nos ajudar a ter mais disposição no dia a dia. De uma maneira geral, estudos mostram que os chás podem ter ação antioxidante, efeito protetor contra doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer”, comentou.
Chás de ervas caseiros têm inúmeras propriedades — Foto: Unsplash/Divulgação
A receita caseira de Rita Alves é o chá de tanchagem, planta que atua contra diversas infecções, como a das vias respiratórias.
“O chá de tanchagem é simplesmente ferver a folha e tomar como se fosse um comprimido à noite. Se tiver sinusite e tomar, no outro dia sai tudo, descongestiona. Para a garganta, infecção urinária, ele é bom. Não existe uma proporção, é por rumo, igual os antigos. Se for muita folha, muita água, menos folha, menos água. Mas tem que usar as folhas mais velhas”, explicou Rita.
Dos chás para os temperos, cultivar plantas como alecrim, tomilho, orégano, hortelã, é uma boa saída para diminuir o consumo de sal na comida, que é muito alto pelos brasileiros, como explicou Camilla Borges.
“É importante que os temperos naturais substituam o sal na nossa alimentação. A Organização Mundial da Saúde recomenda que o consumo de sal diário seja equivalente a uma colher de chá (5g), e a média de consumo dos brasileiros é de 12g. O excesso do consumo de sal está ligado a hipertensão, problemas renais e infarto, por exemplo”, finalizou a nutricionista.
Por Lucas Papel, G1 Triângulo e Alto Paranaíba
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