Policial
Detido pela morte de juíza, ex tem prisão temporária convertida em preventiva
Decisão foi tomada na audiência de custódia nesta sexta (25). Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, 45 anos, foi morta a facadas na frente das três filhas do casal na véspera do Natal (24). Corpo da juíza será cremado neste sábado (26).
O ex-marido da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos – que foi preso em flagrante por feminicídio após matá-la a facadas – teve a prisão temporária convertida em preventiva nesta sexta-feira (25).
A decisão foi da juíza Monique Brandão durante a audiência de custódia do engenheiro Paulo José Arronenzi. O suspeito foi encaminhado, em seguida, para um presídio do sistema da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap).
O corpo da magistrada será cremado na manhã deste sábado (26), no Cemitério da Penitência, no Caju, Zona Portuária do Rio.
Suspeito fica calado em delegacia
Paulo José Arronenzi, de 52 anos, não quis falar na delegacia e disse que só vai se manifestar em juízo, segundo informações da polícia.
Ele não tentou fugir depois do crime e permaneceu próximo ao corpo da ex-mulher até a chegada da polícia. Ele recebeu voz de prisão e foi levado à Divisão de Homicídios e foi transferido nesta sexta para um presídio.
Crime
Ex-marido da juíza Viviane Arronenzi, o engenheiro Paulo José Arronenzi foi preso em flagrante após o crime, ocorrido na noite de véspera do Natal (24) — Foto: Reprodução
O crime ocorreu na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) foi esfaqueada na Avenida Rachel de Queiroz, na frente das três filhas do casal.
O assassinato foi registrado em um vídeo que circulou em redes sociais e foi analisado pelos policiais. Na gravação, as crianças pedem ao pai que parem de golpear a juíza.
Para a polícia, o engenheiro premeditou o crime. No carro dele foram encontradas três facas, mas a que foi usada para matar a mulher, no entanto, não foi encontrada.
Em setembro, Viviane havia feito um registro de lesão corporal e ameaça contra o ex-marido, que foi enquadrado na Lei Maria da Penha.
Ela chegou a ter escolta policial concedida pelo TJ-RJ, mas pediu para retirá-la posteriormente.
A juíza não foi a única mulher a denunciar o engenheiro para a polícia.
Em 2007, uma ex-namorada dele registrou ocorrência policial porque estaria sendo importunada por ele, que não aceitava o fim do relacionamento.
Segundo a Associação de Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj), Viviane Vieira do Amaral Arronenzi era juíza há 15 anos.
Atualmente ela trabalhava na 24ª Vara Cível da Capital, mas já tinha atuado na 16ª Vara de Fazenda Pública. Várias entidades da magistratura divulgaram notas de repúdio ao crime. Veja íntegras abaixo na reportagem.
Presidente do STF divulga nota
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luiz Fux, lamentou nesta sexta (25) o assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, 45 anos, morta a facadas pelo ex-marido na véspera de Natal.
Em nota pública, divulgada em nome do STF e do CNJ, Fux chamou o crime de “covarde” e se disse comprometido “com o desenvolvimento de ações que identifiquem a melhor forma de prevenir e de erradicar a violência doméstica contra as mulheres no Brasil”.
Entidades jurídicas divulgam notas
Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro disse que “lamenta profundamente” a morte da juíza Viviane Arronenzi, vítima de feminicídio.
Já a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiram nota conjunta em que expressam “extremo pesar” pelo que classificaram como “covarde assassinato da juíza”. As entidades afirmaram que o crime não ficará impune.
“As entidades representativas do magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime bárbaro não ficará impune, asseguramos”, enfatiza a nota.
No mesmo comunicado, o presidente da AMAERJ, Felipe Gonçalves informou que, ainda na noite de quinta-feira, conversou com o secretário de Polícia Civil do Estado do Rio, delegado Alan Turnowski, e com o delegado Pedro Casaes, que esteve no local do crime.
“Posso afiançar: esse crime não ficará impune. O feminicídio tem o repúdio veemente da sociedade brasileira. O Brasil precisa avançar. O que ocorreu nesta quinta-feira na Barra da Tijuca é absolutamente inaceitável”, reiterou Gonçalves.
Já a presidente da AMB, Renata Gil, destacou sua “indignação e repulsa” diante do assassinato da magistrada.
“O feminicídio é o retrato de uma sociedade marcada ainda pela violência de gênero. Precisamos combater este mal”, enfatizou Renata Gil.
O Ministério Público do Rio de Janeiro também manifestou pesar pela morte da juíza e repúdio ao feminicídio.
O órgão enfatizou que irá acompanhar as investigações a respeito do crime por meio da Promotoria de Justiça.
Fonte: G1
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