Agronegócio
A importância da vacinação de equinos contra influenza e tétano
Por Fernando Santos, gerente nacional de vendas da Unidade de Negócios Bovinos e Equinos da Syntec
Influenza equina e tétano são importantes enfermidades, responsáveis por consistentes prejuízos no mercado equestre. Ambas comprometem bastante a saúde dos animais. Se a influenza equina não for bem tratada, por exemplo, abre a porta para outras doenças oportunistas, podendo levar, inclusive, à perda do animal. O tétano também pode ser fatal. Por isso, é importante entender o que são, como se manifestam e quais as consequências das duas doenças para o plantel.
A influenza equina é causada pelo vírus de mesmo nome e endêmica em diversos países. Trata-se de uma doença é altamente contagiosa, que afeta as vias aéreas superiores e inferiores dos equinos, causando alta morbidade e baixa mortalidade. Contudo, pode resultar em broncopneumonia por infecções secundárias bacterianas, chegando a ser fatal, particularmente em animais jovens. Em qualquer destas situações implica prejuízos econômicos significativos aos criadores.
Equinos de todas as raças e idade, não vacinados e sem exposição prévia ao agente infeccioso estão susceptíveis. A doença ocorre pela contaminação dos animais pelo vírus, por via aérea na forma de aerossóis, em ambientes contaminados. Os animais sintomáticos podem apresentar febre, tosse seca não produtiva, corrimento nasal, conjuntivite, inapetência, apatia e depressão, sendo a pneumonia comum em potros não vacinados.
Já o tétano é uma doença infecciosa causada pela ação das toxinas produzidas pela bactéria Clostridium tetani. Este micro organismo está presente no ambiente em forma vegetativa ou esporulada. A bactéria pode penetrar em feridas abertas, liberando toxinas que impedem a liberação de neurotransmissores importantes para o relaxamento muscular. De acordo com estudos, a taxa de mortalidade pode chegar 80% em equinos não vacinados.
Os animais sintomáticos apresentam rigidez muscular, tremores, prolapso de 3ª pálpebra, cauda em bandeira, orelhas eretas ou cruzadas, dilatação das narinas, dispnéia, dificuldade de mastigação e deglutição e cauda em bandeira.
O modo mais eficaz de evitar essas doenças é promovendo a vacinação dos animais periodicamente. Para isso, o mercado conta com a Get-Vacina, produzida pela Syntec do Brasil, composta pelos vírus inativados da Influenza Equina (vírus A-equi-1 e A-equi-2) e toxóide tetânico. A Get-Vacina proporciona imunogenicidade (capacidade de desencadear resposta imune a partir da formação de anticorpos) e antigenicidade (capacidade de interagir com anticorpos), confirmadas em estudo na espécie alvo, importante diferencial do produto que pode ser aplicado em potros, fêmeas prenhes e animais adultos.
Equinos previamente negativos para anticorpos neutralizantes foram vacinados com três doses da Get-Vacina Syntec, com intervalo de 30 dias, sendo o sangue dos animais coletado antes de cada dose. Os anticorpos neutralizantes foram dosados, em duplicata, pelo teste de soroneutralização. O soro colhido dos animais vacinados foi misturado com os vírus utilizados para elaboração da vacina e incubados em cultura de células MDCK (Madin-Darby Canine Kidney) até o controle dos vírus (sem soro animal) apresentar o efeito citopatogênico. O título de anticorpos neutralizantes foi calculado com base na última diluição do soro a causar a inibição de 50% do efeito citopático dos vírus pela ação de anticorpos neutralizantes.
Os soros colhidos dos animais, antes da inoculação da primeira dose da vacina, não apresentaram títulos detectáveis de anticorpos neutralizantes (≤ 100). A OIE (*World Organization For Animal Health) recomenda um aumento no título de quatro vezes ou mais relação aos controles negativos. Os resultados obtidos mostram a capacidade da vacina em desenvolver anticorpos (imunogenicidade), assim como de reagir com os anticorpos induzidos após vacinação (antigenicidade) de forma específica nos equinos vacinados. No caso, após a primeira dose da vacina, o soro apresentou um aumento de 15 vezes o título de anticorpos neutralizantes estipulados pela OIE e, após a 3ª dose, este valor aumentou ainda mais 4 vezes.
Fonte: Fernanda Souza
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