Agronegócio
Rondônia não registra casos ou suspeitas da doença da urina preta, diz Sesau
Doença é causada por uma toxina presente na carne de peixes acondicionados de maneira inadequada. Secretário de Saúde explicou que não há porque se desesperar.
O secretário estadual de Saúde, Fernando Máximo, negou qualquer registro de caso ou suspeita da Síndrome de Haff em Rondônia. A doença, que é conhecida popularmente como “doença da urina preta”, é causada por uma toxina presente na carne de peixes acondicionados de maneira inadequada.
A informação foi divulgada em um vídeo nas redes sociais na quarta-feira (22).
Apesar da doença ter acometido moradores de vários estados, inclusive da região Norte, como Pará e Amazonas, o secretário explicou que não há porque ter desespero.
“Nós não temos nenhum caso da doença da urina preta no estado de Rondônia. Temos no Amazonas e Pará, mas não temos nenhum caso confirmado e nem suspeita em Rondônia. Estamos monitorando isso o tempo inteiro através do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) e da Agência de Vigilância em Saúde (Agevisa). Estamos em alerta, mas a priori não temos porquê nos desesperar“, explicou.
O que é a Síndrome de Haff?
De acordo com infectologistas, a Síndrome de Haff é causada pela ingestão de peixes e crustáceos contaminados por uma toxina capaz de causar necrose muscular, ou seja, a degradação dos músculos. Mas não é todo tipo de peixe, os pescados mais comuns a apresentar a toxina são: arabaiana e badejo (peixes de água salgada) e o tambaqui.
Ao g1, o médico infectologista Tiago Lôbo explicou que a principal teoria do que causa a síndrome, é a de que os peixes ingerem algas contaminadas e com isso, a toxina fica armazenada na carne do animal.
Conforme o Ministério da Saúde, acredita-se que a toxina, sem cheiro e sem sabor, surge quando o peixe não é guardado e acondicionado de maneira adequada, e após ser consumido pelo ser humano, os sintomas aparecem.
Por que o nome “doença da urina preta”?
Um dos sintomas Síndrome de Haff é a urina escurecida, o que faz a patologia ser conhecida como “doença da urina preta”. Esse sintoma acontece após a liberação de uma proteína chamada miogobina, substância tóxica para os rins, que ocorre quando acontece a necrose muscular.
Sintomas da mialgia aguda — Foto: Infográfico G1
Os demais sintomas da síndrome acabam sendo decorrentes da necrose muscular. São eles:
- Dores musculares
- Náusea
- Vômito
- Diarreia
- Febre
- Vermelhidão na pele
- Falta de ar
- Dormência no corpo
- Insuficiência renal
Segundo Tiago Lôbo, o aparecimento dos sintomas pode ocorrer entre quatro e seis horas após a ingestão de peixe, mas há casos de pacientes com sintomas após dois ou até três dias do consumo.
Tratamento
A doença não possui tratamento específico. Na ocorrência de casos suspeitos, recomenda-se buscar atendimento imediato, exame para dosagem de creatinofosfoquinase (CPK) ou TGO para observação do aumento das enzimas musculares.
Além disso, é necessário observar a cor da urina (escura) como sinal de alerta e o desenvolvimento de rabdomiólise, pois neste caso, o paciente deve ser rapidamente hidratado durante 48 ou 72 horas. Não é indicado o uso de antiinflamatórios.
Medidas de controle
- Evitar comer pescados crus;
- Não consumir pescados ou crustáceos cuja origem, transporte ou armazenamento sejam desconhecidos. O ideal é comprar esses produtos em locais cuja a procedência ofereça segurança;
- Recomenda-se exame para dosagem de creatinofosfoquinase (CPK) e TGO para observação da alteração dos valores normais nos exames (em casos de suspeita);
- Observar a cor da urina (escura) como sinal de alerta e o desenvolvimento de rabdomiólise, pois, nestes casos, o paciente deve ser rapidamente hidratado durante 48 ou 72 horas;
- Não é indicado uso de anti-inflamatórios;
- Orientar a população a buscar uma unidade de saúde no caso de aparecimento dos sintomas;
- Identificar outros indivíduos que possam ter consumido do mesmo peixe ou crustáceo para captação de possíveis novos casos da doença;
- Recomenda-se coleta de amostras de alimentos para o setor de microbiologia de alimentos.
Fonte: G1/RO
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