Agronegócio
Alimentos alternativos são chave para reduzir custos de nutrição na suinocultura
Por Ana Paula Backes, médica-veterinária da Auster Nutrição Animal
O custo de produção da suinocultura torna-se cada vez mais elevado, fazendo com que a manutenção da atividade tenha muitos desafios. Segundo a Embrapa Aves e Suínos, em outubro de 2021 a nutrição representou 80,83% do total do custo de produção, fato esse que é acompanhado pela oscilação de preços das principais matérias-primas da ração: milho e farelo de soja.
Dessa forma, o uso de alimentos alternativos na nutrição de suínos torna-se de extrema relevância, com o objetivo de redução dos custos de produção e aumento na rentabilidade econômica. Ao escolher um alimento alternativo, alguns fatores devem ser considerados. Entre eles, a composição nutricional e a presença de fatores anti nutricionais, disponibilidade devido à sazonalidade, digestibilidade e nível de inclusão ideal, condições fabris de manipulação e viabilidade econômica, entre outros.
No que diz respeito ao percentual de participação nos custos de ração, no passado a proteína representava o maior percentual na dieta de suínos. Logo, o uso de produtos de origem animal, como farinhas de carne e ossos, peixes, penas, vísceras e sangue, além dos subprodutos do processamento de vegetais, como farelos de soja, glúten, algodão, girassol e canola, leveduras de destilarias e polpa cítrica, entre outros, se tornaram ingredientes-alvo de pesquisas para a substituição do farelo de soja. Entretanto, atualmente a energia se tornou um ingrediente tão caro quanto a proteína. Dessa forma, alimentos como sorgo, milheto, mandioca, triticale e farinha de arroz aumentaram ainda mais a participação na nutrição de suínos. Além desses itens, outros resíduos da indústria alimentícia humana, como pão, macarrão e bolacha, entre outros, também passam a ser opções nas formulações das dietas.
Além do uso de alimentos alternativos, outras ferramentas podem auxiliar na busca de nutrição animal com precisão e redução de custos, como o uso de enzimas exógenas. As enzimas promovem a melhoria da digestibilidade dos ingredientes e auxiliam na redução da variação de qualidade dos ingredientes. Uma das opções são as fitases, que atuam impedindo que o fósforo vegetal, presente em alimentos como farelo de soja, seja eliminado nas fazes sem o aproveitamento do organismo.
Realizar formulações precisas, aproveitando a melhor relação econômica de alimentos e subprodutos conforme as variações de preços do mercado, atender às exigências nutricionais dos suínos e fornecer alternativas para redução de custos são estratégias que a Auster promove junto aos seus clientes. Dessa forma, com o controle dos custos de produção e busca contínua de melhoria dos resultados zootécnicos, é possível realizar não apenas a manutenção, mas também o crescimento da suinocultura brasileira.
Gabriela Salazar / STA Press
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