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Agronegócio

Mulher Rural: ‘Minhas mãos são calejadas, mas tenho orgulho delas’, diz dona Lena

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Em 1995, dia 15 de outubro foi instituído pela ONU como o Dia Mundial da Mulher Rural.

Com um sorriso contagiante estampado no rosto, Maria Helena Oliveira, mais conhecida como Dona Lena, é a primeira personagem da Série “Mulher Rural”. Natural de Goierê (PR), ela já trabalhou em diversas culturas, mas foi no café que se encontrou. Dona Lena mora há mais de 30 anos em Mirante da Serra (RO), que fica a mais de 300 quilômetros de Porto Velho.

Para a produtora, esse o momento da mulher no agro é um avanço social, mas Dona Lena destaca que a figura feminina sempre esteve inserida nesse trabalho.

“A gente vê a mulher à frente no agro, cada vez mais inteligente, com muita força e com vontade de fazer o melhor. Antigamente as mulheres eram discriminadas. Mas hoje elas estão tomando a frente”, comentou Maria.

Dona Lena trabalha na lavoura como meeira, que é agricultor que trabalha em terras que pertencem a outra pessoa. Em geral o meeiro ocupa-se de todo o trabalho, e reparte com o dono da terra o resultado da produção.

E, foi por meio desse trabalho que Maria Helena tirou o sustentado dela e dos filhos. “Quando eu cheguei em Rondônia, lá em Mirante da Serra, tudo era mato. Criei meus cinco filhos sem marido, só com o meu talento e a força do divino Espírito Santo”, relembrou a produtora.

Multitarefas, Dona Lena divide o trabalho da lavoura de café com o de casa. Mesmo com tantos afazeres, diz se sentir realizada.

“Fui uma mulher muito sofredora no campo, mas tenho muito orgulho do que me tornei. Onde estou hoje é graças a minha batalha e minha busca por querer aprender ainda mais do campo. Minhas mãos são calejas do trabalho que realizo, mas tenho orgulho delas. São o lembrete de tudo o que conquistei. Hoje conheço tudo do café e amo trabalhar com o café. Sou feliz”, opinou.

Visibilidade das mulheres no agro

A mulher tem ganhado cada vez mais espaço nas notícias do agro. Porém, ela sempre esteve presente nesse universo. Dona Lena ficou conhecida depois de uma foto feita pela jornalista da Embrapa Renata Silva.

A produtora ressalta que o trabalho da jornalista e fotográfa foi o marco para o reconhecimento do trabalho da mulher no campo. “A foto foi a abertura para que o meu trabalho fosse reconhecido, pinguinho por pinguinho. Antes eu não ligava muito para lavoura, mas eu sabia tudinho. O trabalho com café é diferente”.

Renata lembrou como foi o primeiro encontro entra as duas. “Foi um momento muito mágico. Eu não dirigi ela. Do jeito que ela abanou o café, ela já deu aquele sorrisão. Tirei a foto com o celular mesmo. Eu sai daquele momento muito mexida, pois foi a primeira vez que me permiti ver a mulher no café. Depois da reunião com IWCA Aliança Internacional das Mulheres do Café me abriu o mundo para as mulheres na minha cabeça. Comecei a fazer o que estava ao meu ao meu alcance e a primeira coisa que fiz foi fazer aquela foto”, explicou a jornalista.

Renata explicou a importância da fotografia na vida dela e no trabalho que realiza. “A foto fala com a gente e transmite muita emoção, transmite informação. Uso muito a foto desse jeito. A foto da Dona Lena é muito icônica, porque é uma foto que transmite muita emoção, ela inspira. Ela demostra o que é a cafeicultura de Rondônia, que é a fartura, a exuberância do Robusta, o sorriso daquela mulher que apesar de ter uma vida muito sofrida, de ser um pessoa multitarefa, não perde a esperança”, finalizou.

Dia Mundial da Mulher Rural
O dia 15 de outubro, em que se comemora o Dia Mundial da Mulher Rural, foi instituído pela Organização Das Nações Unidas (ONU), em 1995. O objetivo foi elevar a consciência mundial sobre o papel da mulher rural.

 Fonte: G1/RO


DRT: 1908 /RO

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